“Houve falta de comunicação…”
Esta é uma das frases que todos nós ouvimos com mais frequência quando nos deparamos com qualquer problema que envolva pessoas nas organizações em que estamos inseridos (família, empresa, grupo de amigos, etc.).
A falta ou má comunicação é efectivamente uma das maiores causas dos problemas que as nossas organizações enfrentam nos dias de hoje.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, utilizamos mais e variadas linguagens, todas elas cada vez mais elaboradas e complexas, maior número de meios de comunicação, todos eles mais rápidos e sofisticados, e comunicamos com um muito mais elevado número de pessoas, todas elas mais exigentes nos conteúdos e na rapidez da comunicação.
Deixamos para trás, por força das circunstâncias, a forma como comunicamos, esquecendo-nos que é esta que mais influencia no sentido dado ou interpretado pela comunicação.
Andamos todos a correr, fazemos reuniões curtas com agendas longas, breves sínteses das decisões tomadas, rápidos e curtos “briefings” aos interessados, reduzimos todas as nossas actividades a uma representação numérica, pedimos relatórios sintéticos e analíticos de actividades que não têm representação possível, em suma, somos umas máquinas a produzir e a digerir informação que não informa quase nada.
Retiramos à nossa actividade de comunicar o que de mais importante a mesma pode ter: o toque humano. É aqui que reside efectivamente um dos maiores problemas da nossa sociedade. Comunicamos sem contacto humano.
Olhemos para um dia normal de trabalho de muitos de nós. De manhã acordamos e ligamos a televisão para um dos canais de notícias. Ficamos a saber que houve uma série de desgraças pelo mundo, que morreram um certo número de pessoas ou em guerras ou em acidentes humanos ou naturais, que as cotações da bolsa estão em alta ou baixa, que o trânsito está mais ou menos caótico devido ou não a um conjunto de acidentes rodoviários, e partimos com toda esta informação para o nosso emprego. Quando chegamos ao nosso posto de trabalho, lemos um conjunto de e-mails externos e internos, cartas e faxes de fornecedores e clientes, relatórios de actividades representadas por números, com mais ou menos análises comparativas a situações idênticas, produzidos por pessoas internas ou externas à organização, e, com a maior naturalidade, respondemos a anotamos todas essas informações e mandamo-las arquivar. Cruzamo-nos com os colegas no corredor ou no bar, dizemos olá, comentamos o tempo ou o futebol, e pouco num ápice estamos a sair para casa. De volta a casa, voltamos a ouvir as notícias do dia, onde actualizamos toda a informação da manhã. Não sabemos o nome das pessoas a quem as desgraças do dia aconteceram, nem isso nos interessa, porque apesar de serem pessoas, nós não as conhecemos pessoalmente e, como tal, não passam de meros números que ficarão para a estatística.
Em todo este dia de trabalho, despendemos menos de dez por cento do nosso tempo a falar presencialmente com alguém. E essa conversação ainda foi impessoal e fria. Não ficamos com nenhuma ideia sobre a disposição e humores dos nossos colegas de trabalho, nem isso nos interessa porque trabalho é trabalho e as relações de intimidade são para fora deste. Até porque, pensam muitos, quanto menor for a nossa aproximação aos colegas menor serão os problemas que teremos potencialmente com eles. E para além disso, se fossemos a ser amigos de todos os colegas que tivemos ao longo da nossa vida profissional, estes não caberiam em nossa casa numa reunião social.
Assim, eliminamos os nossos colegas do grupo dos amigos. E o que sobra? A família, muitas vezes distante, e pouco mais ou mesmo nada. Não é por acaso que cada vez mais se vêm casais, com ou sem filhos, a passearem de carro durante o fim-de-semana, numa viagem que se identifica facilmente que é sem rumo e objectivo determinado. Vivemos sós.
Este modo de vida, imposto pela sociedade ou escolhido conscientemente ou não por nós, torna-nos em verdadeiras máquinas sem sentimentos ou com eles bastante reprimidos. E quando nos é solicitado que comuniquemos com os nossos semelhantes, fazemo-lo de uma forma fria e programada.
É assim que vivemos com os nossos semelhantes, a quem chamamos colegas de trabalho, durante um terço da nossa vida. Naturalmente que num ambiente destes, o prazer que poderíamos tirar da nossa actividade profissional é muito baixo ou nulo, e o descontentamento profissional enorme e causador de mudanças constantes de emprego.
É nesta área que as empresas mais têm de investir. Na formação em comunicação dos seus quadros superiores e intermédios bem como, em menos quantidade mas ainda não menos necessário, no restante pessoal da empresa. Saber comunicar é um requisito das organizações deste século.
Ensinar as pessoas a saber dar o verdadeiro sentido à sua comunicação é essencial para eliminar, ou pelo menos, reduzir o número de problemas causados pela má comunicação e pela pura falta desta nas empresas.
É aqui que entram as mais modernas teorias de comunicação como a PNL – programação neuro-linguística, e a Inteligência Emocional.
A PNL assenta no estudo das formas como nós percepcionamos e compreendemos o mundo e o que nos comunicam. Ensina-nos a compreender claramente o que nos querem dizer, a retirar falhas e ruídos na comunicação, a perceber os nossos interlocutores. A compreensão do verdadeiro significado de uma mensagem não passa apenas pelo entendimento das palavras que verbalizam a mesma. Existe um conjunto de outros elementos que integram a mensagem mas que geralmente não são interpretados como parte da mesma, como a linguagem corporal, o tom de voz, etc. Saber interpretar toda a informação, expressa ou não, é o objectivo da aplicação da PNL.
A comunicação pode ser por si só uma forma de expressar sentimentos. E saber interpretar os sentimentos de quem nos rodeia e, acima de tudo, de nós próprios, de forma a podermos dominá-los na medida das necessidades, é algo que se aprende com o estudo e aplicação da Inteligência Emocional. A nossa vida é gerida por emoções e sentimentos. Muitos deles retraídos, acabam, às vezes, por causar danos irreparáveis nas nossas vidas pessoais e nas de outros. As emoções são o motor de todas as nossas decisões. Sem emoção não há decisão. Precisamos de saber dominar as nossas emoções, de acordo com as necessidades e exigências de cada momento, de maneira a não tomarmos a decisão errada, impulsiva ou ponderada, que pode trazer consequências para a nossa vida de forma permanente.
O olhar mais para as pessoas como pessoas, na sociedade ou dentro de uma organização, é uma necessidade cada vez maior nos nossos dias. Não podemos continuar a pensar em pessoas como meros números, que se comportam de acordo com estereótipos pré-definidos e acordados, e desprovidas de emoções e sentimentos próprios. As organizações precisam de se humanizar.
E a humanização passa pelo conhecimento de nós próprios e pelo conhecimento dos outros, enquanto nossos semelhantes, com similaridades e diferenças que fazem de nós, raça humana, a mais criativa e brilhante.
Esta é uma das frases que todos nós ouvimos com mais frequência quando nos deparamos com qualquer problema que envolva pessoas nas organizações em que estamos inseridos (família, empresa, grupo de amigos, etc.).
A falta ou má comunicação é efectivamente uma das maiores causas dos problemas que as nossas organizações enfrentam nos dias de hoje.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, utilizamos mais e variadas linguagens, todas elas cada vez mais elaboradas e complexas, maior número de meios de comunicação, todos eles mais rápidos e sofisticados, e comunicamos com um muito mais elevado número de pessoas, todas elas mais exigentes nos conteúdos e na rapidez da comunicação.
Deixamos para trás, por força das circunstâncias, a forma como comunicamos, esquecendo-nos que é esta que mais influencia no sentido dado ou interpretado pela comunicação.
Andamos todos a correr, fazemos reuniões curtas com agendas longas, breves sínteses das decisões tomadas, rápidos e curtos “briefings” aos interessados, reduzimos todas as nossas actividades a uma representação numérica, pedimos relatórios sintéticos e analíticos de actividades que não têm representação possível, em suma, somos umas máquinas a produzir e a digerir informação que não informa quase nada.
Retiramos à nossa actividade de comunicar o que de mais importante a mesma pode ter: o toque humano. É aqui que reside efectivamente um dos maiores problemas da nossa sociedade. Comunicamos sem contacto humano.
Olhemos para um dia normal de trabalho de muitos de nós. De manhã acordamos e ligamos a televisão para um dos canais de notícias. Ficamos a saber que houve uma série de desgraças pelo mundo, que morreram um certo número de pessoas ou em guerras ou em acidentes humanos ou naturais, que as cotações da bolsa estão em alta ou baixa, que o trânsito está mais ou menos caótico devido ou não a um conjunto de acidentes rodoviários, e partimos com toda esta informação para o nosso emprego. Quando chegamos ao nosso posto de trabalho, lemos um conjunto de e-mails externos e internos, cartas e faxes de fornecedores e clientes, relatórios de actividades representadas por números, com mais ou menos análises comparativas a situações idênticas, produzidos por pessoas internas ou externas à organização, e, com a maior naturalidade, respondemos a anotamos todas essas informações e mandamo-las arquivar. Cruzamo-nos com os colegas no corredor ou no bar, dizemos olá, comentamos o tempo ou o futebol, e pouco num ápice estamos a sair para casa. De volta a casa, voltamos a ouvir as notícias do dia, onde actualizamos toda a informação da manhã. Não sabemos o nome das pessoas a quem as desgraças do dia aconteceram, nem isso nos interessa, porque apesar de serem pessoas, nós não as conhecemos pessoalmente e, como tal, não passam de meros números que ficarão para a estatística.
Em todo este dia de trabalho, despendemos menos de dez por cento do nosso tempo a falar presencialmente com alguém. E essa conversação ainda foi impessoal e fria. Não ficamos com nenhuma ideia sobre a disposição e humores dos nossos colegas de trabalho, nem isso nos interessa porque trabalho é trabalho e as relações de intimidade são para fora deste. Até porque, pensam muitos, quanto menor for a nossa aproximação aos colegas menor serão os problemas que teremos potencialmente com eles. E para além disso, se fossemos a ser amigos de todos os colegas que tivemos ao longo da nossa vida profissional, estes não caberiam em nossa casa numa reunião social.
Assim, eliminamos os nossos colegas do grupo dos amigos. E o que sobra? A família, muitas vezes distante, e pouco mais ou mesmo nada. Não é por acaso que cada vez mais se vêm casais, com ou sem filhos, a passearem de carro durante o fim-de-semana, numa viagem que se identifica facilmente que é sem rumo e objectivo determinado. Vivemos sós.
Este modo de vida, imposto pela sociedade ou escolhido conscientemente ou não por nós, torna-nos em verdadeiras máquinas sem sentimentos ou com eles bastante reprimidos. E quando nos é solicitado que comuniquemos com os nossos semelhantes, fazemo-lo de uma forma fria e programada.
É assim que vivemos com os nossos semelhantes, a quem chamamos colegas de trabalho, durante um terço da nossa vida. Naturalmente que num ambiente destes, o prazer que poderíamos tirar da nossa actividade profissional é muito baixo ou nulo, e o descontentamento profissional enorme e causador de mudanças constantes de emprego.
É nesta área que as empresas mais têm de investir. Na formação em comunicação dos seus quadros superiores e intermédios bem como, em menos quantidade mas ainda não menos necessário, no restante pessoal da empresa. Saber comunicar é um requisito das organizações deste século.
Ensinar as pessoas a saber dar o verdadeiro sentido à sua comunicação é essencial para eliminar, ou pelo menos, reduzir o número de problemas causados pela má comunicação e pela pura falta desta nas empresas.
É aqui que entram as mais modernas teorias de comunicação como a PNL – programação neuro-linguística, e a Inteligência Emocional.
A PNL assenta no estudo das formas como nós percepcionamos e compreendemos o mundo e o que nos comunicam. Ensina-nos a compreender claramente o que nos querem dizer, a retirar falhas e ruídos na comunicação, a perceber os nossos interlocutores. A compreensão do verdadeiro significado de uma mensagem não passa apenas pelo entendimento das palavras que verbalizam a mesma. Existe um conjunto de outros elementos que integram a mensagem mas que geralmente não são interpretados como parte da mesma, como a linguagem corporal, o tom de voz, etc. Saber interpretar toda a informação, expressa ou não, é o objectivo da aplicação da PNL.
A comunicação pode ser por si só uma forma de expressar sentimentos. E saber interpretar os sentimentos de quem nos rodeia e, acima de tudo, de nós próprios, de forma a podermos dominá-los na medida das necessidades, é algo que se aprende com o estudo e aplicação da Inteligência Emocional. A nossa vida é gerida por emoções e sentimentos. Muitos deles retraídos, acabam, às vezes, por causar danos irreparáveis nas nossas vidas pessoais e nas de outros. As emoções são o motor de todas as nossas decisões. Sem emoção não há decisão. Precisamos de saber dominar as nossas emoções, de acordo com as necessidades e exigências de cada momento, de maneira a não tomarmos a decisão errada, impulsiva ou ponderada, que pode trazer consequências para a nossa vida de forma permanente.
O olhar mais para as pessoas como pessoas, na sociedade ou dentro de uma organização, é uma necessidade cada vez maior nos nossos dias. Não podemos continuar a pensar em pessoas como meros números, que se comportam de acordo com estereótipos pré-definidos e acordados, e desprovidas de emoções e sentimentos próprios. As organizações precisam de se humanizar.
E a humanização passa pelo conhecimento de nós próprios e pelo conhecimento dos outros, enquanto nossos semelhantes, com similaridades e diferenças que fazem de nós, raça humana, a mais criativa e brilhante.